sábado, 30 de janeiro de 2021

A TODO VAPOR

"Quero fazer um pecado, rasgado, suado, a todo vapor..."
Chico Buarque e Ruy Guerra, na canção "Não Existe Pecado ao Sul do Equador"
Em 1891, este protótipo de vibrador foi submetido à consideração do Escritório de Patentes dos Estados Unidos. Era movido a vapor, tinha o nome de "Heavy Duty, Industrial-Model, Steam-Powered Dildo" e a patente foi indeferida pelo órgão responsável.
- The Impious Digest
Fig. 1
Concerto a vapor
Esta visão fantástico-satírica da música mecânica é o produto de um caricaturista francês do século 19, Jean Ignace Isidoro Gerard, conhecido como JJ Grandville (1803-1847). Ele apresenta, em seu livro "Un autre monde" (Um outro mundo), de 1844, uma coleção de desenhos e histórias que exploram as visões proto-surrealistas do autor durante a Monarquia de Julho na França (de 1830 a 1838).
O enredo de Grandville começa quando um dos três protagonistas do livro, o empresário Dr. Puff, descobre uma dúzia de "músicos de ferro fundido" arrumados em seu inventário de esquisitices mecânicas. Em seguida, Puff concebe um sensacional "concerto a vapor", alegando que "o único meio de satisfazer as demandas musicais do público é inventar cantores do tipo para operar uma orquestra a vapor.
Graças a esta invenção admirável, já não é preciso se preocupar com cantores que pegam um resfriado, uma bronquite ou perdem a voz. Já que a voz dos tenores, baixos, barítonos, sopranos e contraltos está a salvo de todos os acidentes; os instrumentos movidos a vapor produzem efeitos de precisão surpreendente. E os grandes compositores da era, finalmente, encontram intérpretes à altura de suas melodias. Nesse século do progresso, a máquina é mesmo um ser humano aperfeiçoado.
- A Steam Concert, Museum of Imaginary Musical Instruments
Fig. 2
Robô a vapor
Em 1868, o Newark Advertiser publicou uma matéria sobre uma "Invenção Mecânica Notável - Um Homem a Vapor".
- O primeiro robô movido a vapor
Fig. 3
O invento inspirou o primeiro romance de ficção científica dos EUA, "The Steam Man of the Prairies" (O Homem-Vapor das Pradarias), de Edward Sylvester Ellis. No romance (em domínio público mundial, disponível na Wikisource), o homem a vapor foi construído por Johnny Brainerd, um garoto adolescente, que usa o homem a vapor para carregá-lo em uma carruagem em várias aventuras.
Fig. 4 (abaixo)
Embora a invenção do motor de combustão interna no final do século XIX parecesse ter tornado obsoleta a máquina a vapor, ela ainda hoje é utilizadaː por exemplo, nos reatores nucleares.