quarta-feira, 30 de março de 2022

TROCADILHOS

Não tenho preconceito contra trocadilhos. Aliás, considero-os uma das fórmulas consagradas para fazer humor. Nem Cristo dispensou os parônimos: "Pedro, tu és pedra...".

Um entrevistador perguntou a Lamartine Babo qual era a maior aspiração dos artistas do broadcasting, Lalá não vacilou: "A aspiração varia de acordo com o temperamento de cada um… Uns desejam ir ao céu… já que atuam no éter… Outros ‘evaporam-se’ nesse mesmo éter… Os pensamentos da classe são éter… ó… gênios…" - e isso lhe valeu o título de "O Pior Trocadilho de 1941".

Gregory Peck morreu em 2003 e Deborah Kerr, poucos anos depois. Este segundo fato, ao ser divulgado na mídia, colocou novamente em evidência o trocadilho "Se a Deborah Kerr (quer) que o Gregory Peck (peque)", da canção "Flagra", de Rita Lee e Roberto de Carvalho, que foi tema de abertura da novela "Final Feliz" (TV Globo, 1983). Mas, este tópico serve também para levantar uma questão. Apesar da contemporaneidade dos dois atores em Hollywood, alguma vez filmaram juntos? Penso que não. Agora, certo é que, em nossa língua, ambos vão estar juntos para sempre. Pelo trocadilho.

"Mesmo soFRIDA jamais me Kahlo". "Esta é a última foto de Marjorie Estiano (que sai em toda virada do ano)". "Se você não riu dessas piadas, pelo menos o Damon Hill". "Se não gostou, faça melhor! A Betty Faria." Ah, os infames trocadilhos com os nomes dos famosos. 

Recentemente, surgiram os trocadilhos verbivocovisuais (como diriam os poetas concretos):