sexta-feira, 25 de março de 2011

DOENÇAS PROFISSIONAIS

Seborreia - Livreiro (de livros usados)
Terçol - Rezadeira
Câncer - Horoscopista
Hérnia de hiato - Gramático
Hérnia de disco - DJ
Calculose - Matemático
Labirintite - Rendeira
Volvo - Caminhoneiro
Escoliose - Diretor escolar
Anexite - Burocrata
Blefarite - Jogador de baralho
Malária - Carregador de malas
Fisgadas (precordiais) - Pescador
Fogo selvagem - Guarda florestal
Tocotraumatismo - Madeireiro
Tísica galopante - Jóquei
Bico de papagaio - Ornitólogo
Mal dos caixões - Agente Funerário
Tinha - Empresário (falido).

Doenças tornadas "profissionais" pelo jogos das palavras.

sexta-feira, 18 de março de 2011

MÉDICO, PROFISSÃO HUMORISTA

A quem me lê hoje. 
A quem me lerá meses após na sala de espera de um dentista.

Era um senhor inflexível em suas posições ideológicas, daqueles que tentam a todo custo fazer proselitismo. E a nossa conversa, naquele domingo (que merecia coisa melhor), tinha sido marcada pela aspereza. Avisado por terceiros de que eu escrevia humor, ao fim do entrevero verbal, o meu adversário sai-se com esta: "Ah, então toda essa nossa conversa vai ser publicada?! Pois eu vou ler no jornal".
Fechei-me para meditar sobre aquela proposta - um autêntico tirar leite das pedras!
O que os colegas humoristas escrevem não nos dá assunto. Mostra-nos a técnica, os recursos utilizados - o que não é pouca coisa - e, por vezes, nos inspiram para analogias. O assunto mesmo nós temos é que tirar do quotidiano, da leitura de um livro bem cacete, dos programas de TV... Daquele "tijolão" que, ao ser aberto, esvoaçam as traças. E que, no meio delas, está a musa que preside o humor.
Um equívoco é pensar que o escritor de humor sabe contar uma boa anedota. Ora, numa roda de amigos, raramente eu me lembro de uma... por mais que esprema a memória. Apesar de já ter arquivado nela as "Anedotas do Pasquim", do primeiro ao oitavo volume, as obras completas do Chico Anysio e os casos gauchescos. E se, acaso, de uma delas eu me lembrar, para que vai servir? Não vou saber desembuchá-la como faz um bom contador de piadas.
Uma piada é um diamante bruto a ser lapidado: isso é tarefa para um escritor. Mas a lapidação que ele faz não extingue  o diamante que continua a existir na joia. À espera de um contador de piadas que lhe retire as novas faces que a lapidaria lhe acrescentou.
Outro engano é imaginar que o humorista é uma pessoa sempre agradável e comunicativa. A ser colocado no mesmo plano do comediante, do clown e do bobo da corte. Ledo ivo engano. Há-os inclusive coléricos e irascíveis. E há os que se fecham num imutável mutismo como o genial Luís Fernando Veríssimo. Que não perde a linha nem quando atende o telefone.
Não conheço LFV. E passo adiante o que Carlos Eduardo Novaes disse sobre o colega, enquanto papeava com admiradores no restaurante "Trattoria", aqui em Fortaleza.
Mamma mia! Ainda bem que a moda do "piadokê" acabou logo.

sexta-feira, 11 de março de 2011

A ARANHA

  1. É incapaz de fazer bem a uma mosca.
  2. Vive acertando na mosca, inclusive.
  3. Fala uma língua própria. Mas "arranha" nas outras.
  4. Quando descansa faz crochê.
  5. Joga no gol com a expectativa de que algo atinja o "filó".
  6. É a engenheira do bidimensional.
  7. Carnívora, mas não quer conversa com as plantas do tipo.
  8. E evita meter-se em palpos de outras.
  9. Seu lema: fiar confiando...
  10. Acima de tudo, teme o Dia da Faxina Final.
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PGCS

sexta-feira, 4 de março de 2011

FESTA NO INTERIOR

Esses presidenciáveis todos com suas propostas de salvação nacional, sei não. Fico pensando se não seria melhor usá-los como "ingredientes" de uma divertida festa junina.

O Caiado seria o traje matuto, o quentão e, obviamente, o foguetório.
O Maluf, o arrasta-pé. Para mostrar as excelsas qualidades do sapato Vulcabrás.
O Aureliano, os acepipes para todas as gulas.
E o Jânio, o rojão que dá "xabu".
Como alguém tem de ser o traque... O Freire, com o perdão de sua ruidosa claque.
E outro, as bandeirolas... Vá lá que seja o candidato de maior policromia: o Covas.
Um ponto fraco da festa. Com o Sílvio de fora não haverá prendas, adivinhações...
Mas o Afif será o banho purificador da meia-noite.
E o Brizola, pelo passado incendiário, a fogueira. Uma crepitante fogueira, com bastante lenha a queimar pela frente mas sem ser besta de exagerar nas fagulhas.
Não "menas" importante a função que caberá ao Lula: ser o dialeto caipira da festa. E ser também as palavras de ordem e progresso da quadrilha, ditas em francês estropiado.
Já o Dr. Ulysses seria o repertório musical, o aluá, a coreografia, o taumaturgo do dia, o terreiro, o frio de junho etc. e tal. Baseando-se em que ele não recusa uma acumulação de cargos.
Enquanto isso, olha lá, olha lá... para o balão "collorido" que singra o céu. Contra ele... a fatalidade de que tudo que sobe, desce.