Aqui não se trata de uma referência a um romance do Chico Buarque. É o título de uma postagem do blog Frases Ilustradas, em que uma frase de Eno Teodoro Wanke é transcrita sob uma belíssima ilustração de Ceó Pontual (como todas as que ele desenha para o seu blog).
A frase citada é a seguinte:
"Mesmo depois do leite derramado é importante pensar que a vida continua e a vaca não morreu."Eno Teodoro Wanke (Ponta Grossa, PR, 28 de junho de 1929 – Rio de Janeiro, RJ, 28 de maio de 2001), que foi um engenheiro da Petrobrás e poeta, teve uma forte presença no cenário literário brasileiro a partir de 1960. Escrevia principalmente minicontos, trovas e clecs, muitos clecs (como ele chamava os seus pensamentos humorísticos). A frase que foi citada por Ceó é um destes. Eis outros exemplos de seus clecs:
"Quando um adjetivo mente, ele, por castigo, vira advérbio. Folha que se desprende da árvore não volta nunca mais. Melhor perder o trem do que perder a linha. O sol nasce para todos, mas a maioria prefere dormir um pouco mais."
Ainda guardo todos os livros autografados que dele recebi pelos Correios. São onze livros de clecs e minicontos, dois de trovas ("A Trova Literária", um clássico sobre o assunto, e "Antologia da Trova Escabrosa") e ainda um livreto, intitulado "A Ortografia Que Nos Atormenta", no qual Eno Wanke faz uma defesa da ortografia fonética para a nossa língua.
Pela curiosidade que apresenta, transcrevo o trecho de um artigo de Filemon F. Martins, Quem foi Eno Theodoro Wanke?, postado em "Usina de Letras":
"Como sonetista de primeira, (Eno Wanke) obteve com o soneto "Apelo", 160 versões para 95 idiomas e dialetos. É o soneto em português mais traduzido para idiomas estrangeiros.
Eu venho da lição dos tempos idos /e vejo a guerra no horizonte armada. /Será que os homens bons não fazem nada? /Será que não me prestarão ouvidos? /Eu vejo a Humanidade manejada /em prol dos interesses corrompidos. /É mister acabar com esta espada /suspensa sobre os lares oprimidos! /É preciso ganhar maturidade /no fomento da paz e da verdade, /na supressão do mal e da loucura... /Que a estrutura econômica da guerra /se faça em pó! E que reinem sobre a terra /os frutos do trabalho e da fartura!"
Bambangas
Naquela época, recebia também pelos Correios, com menor frequência, os livros do baiano de Ipojuca, médico e memorialista José Lemos de Sant'Ana. Ainda disponíveis em livrarias virtuais, alguns deles têm os curiosos títulos de "Bambangas", "Outros bambangas", "Mais bambangas" e "Ainda bambangas".
Blog EM, 21/08/2009
AtualizaçãoPela curiosidade que apresenta, transcrevo o trecho de um artigo de Filemon F. Martins, Quem foi Eno Theodoro Wanke?, postado em "Usina de Letras":
"Como sonetista de primeira, (Eno Wanke) obteve com o soneto "Apelo", 160 versões para 95 idiomas e dialetos. É o soneto em português mais traduzido para idiomas estrangeiros.
Eu venho da lição dos tempos idos /e vejo a guerra no horizonte armada. /Será que os homens bons não fazem nada? /Será que não me prestarão ouvidos? /Eu vejo a Humanidade manejada /em prol dos interesses corrompidos. /É mister acabar com esta espada /suspensa sobre os lares oprimidos! /É preciso ganhar maturidade /no fomento da paz e da verdade, /na supressão do mal e da loucura... /Que a estrutura econômica da guerra /se faça em pó! E que reinem sobre a terra /os frutos do trabalho e da fartura!"
Bambangas
Naquela época, recebia também pelos Correios, com menor frequência, os livros do baiano de Ipojuca, médico e memorialista José Lemos de Sant'Ana. Ainda disponíveis em livrarias virtuais, alguns deles têm os curiosos títulos de "Bambangas", "Outros bambangas", "Mais bambangas" e "Ainda bambangas".
Nenhum comentário:
Postar um comentário