O fato de que alguns piratas usavam o tapa-olho provavelmente não tinha nada a ver com a falta de um olho. Aliás, tinha tudo a ver com a possibilidade de ver melhor - especificamente, tanto acima quanto abaixo do convés.
Os piratas frequentemente precisavam transitar da parte descoberta do navio para compartimentos fechados, isto é, da luz do dia à situação de quase escuridão. Por isso, os mais espertos usavam um tapa-olho a fim de ter a qualquer tempo um dos olhos adaptados ao escuro.
Ao passar para uma área pouco iluminada do navio, o pirata mudava a posição do tapa-olho e, assim, conseguia ver em torno mais rapidamente com o olho que se adaptara à escuridão.
Jim Sheedy, doutor em ciência da visão, disse ao Wall Street Journal que, enquanto o olho se adapta rapidamente ao passar das trevas à luz, estudos têm mostrado que pode levar até 25 minutos para se adaptar da luz para a escuridão, porque esta última requer a regeneração dos fotopigmentos da retina.
P.S.
Ao oftalmologista Nelson Cunha para revisar a nota acima. Caso esteja OK, então enviar alguma colaboração sobre o assunto seguinte: por que os piratas usavam perna de pau? Escrito de uma forma que não acirre os ânimos da tradicional família mineira.
Paulo Gurgel
Meu caro Paulo,Há inconsistências na hipótese de que, entre os piratas, houvesse um órgão funcional por debaixo do tapa-olho destinado a enxergar na penumbra dos porões. Quando o olho descoberto é iluminado, sua pupila diminui para regular a quantidade de luz entrante e, assim, evitar o ofuscamento. Este movimento pupilar que chamamos pedantemente de reflexo fotomotor CONSENSUAL acontece também no olho coberto porque compartilha as mesmas fibras nervosas. Ora, uma vez dentro do porão, o pirata ao remover a venda terá a pupila do olho tapado igualmente pequena, obrigando-o a despender alguns segundos para que ela se dilate e abasteça a retina com a luz necessária. Essa é uma objeção teórica baseada na fisiologia ocular. Pode ser que, na prática, a oclusão do olho obtenha alguma vantagem na adaptação rápida ao lusco-fusco.
Por que os piratas usavam a perna de pau?
Como estamos no campo da especulação humorística, ouso aventar a hipótese de que a perna de pau do pirata servia para melhorar a flutuação ou ainda como um engodo a ser oferecido aos tubarões.
Falando seriamente. A figura de um pirata com tapa-olho, perna de pau, dente de ouro e um papagaio pousado no ombro, é uma construção de Hollywood. Os piratas reais deveriam se parecer com marinheiros comuns, o que não quer dizer que um ou outro perneta pudesse estar entre eles.
Ao oftalmologista Nelson Cunha devemos também a revelação de O segredo do tapa-sexo, uma de nossas postagens mais procuradas (não obstante o pouco apelo existente no título).
Como estamos no campo da especulação humorística, ouso aventar a hipótese de que a perna de pau do pirata servia para melhorar a flutuação ou ainda como um engodo a ser oferecido aos tubarões.
Falando seriamente. A figura de um pirata com tapa-olho, perna de pau, dente de ouro e um papagaio pousado no ombro, é uma construção de Hollywood. Os piratas reais deveriam se parecer com marinheiros comuns, o que não quer dizer que um ou outro perneta pudesse estar entre eles.
Nelson J. Cunha
N. do E.Ao oftalmologista Nelson Cunha devemos também a revelação de O segredo do tapa-sexo, uma de nossas postagens mais procuradas (não obstante o pouco apelo existente no título).
O pirata padrão
Isso não é mito. Houve piratas que realmente criaram papagaios. Como o famoso corsário inglês Edward Teach, vulgo Barba-Negra. Em suas muitas viagens pelo Caribe e pela América do Sul, Barba- Negra entrou em contato com esses pássaros e resolveu criá-los a bordo.
Longas viagens provavelmente seiam mais agradáveis na companhia de um colorido e falante pássaro de estimação.
No entanto, a noção de piratas com um papagaio nos ombros mais provavelmente se originou da representação de Long John Silver, um personagem fictício do romance "Treasure Island" (Ilha do Tesouro), de Robert Louis Stevenson, publicado em 1883. Nesse livro, Long John Silver tem um papagaio de estimação chamado Capitão Flint, consistentemente pousado em seu ombro.
Essa representação inaugurou a associação entre piratas e papagaios na imaginação popular.
E, para completar a imagem do pirata padrão, Hollywood fez o resto. Incluindo o tapa-olho, a perna de pau e, num caso bem específico, o gancho.
Isso não é mito. Houve piratas que realmente criaram papagaios. Como o famoso corsário inglês Edward Teach, vulgo Barba-Negra. Em suas muitas viagens pelo Caribe e pela América do Sul, Barba- Negra entrou em contato com esses pássaros e resolveu criá-los a bordo.
Longas viagens provavelmente seiam mais agradáveis na companhia de um colorido e falante pássaro de estimação.
No entanto, a noção de piratas com um papagaio nos ombros mais provavelmente se originou da representação de Long John Silver, um personagem fictício do romance "Treasure Island" (Ilha do Tesouro), de Robert Louis Stevenson, publicado em 1883. Nesse livro, Long John Silver tem um papagaio de estimação chamado Capitão Flint, consistentemente pousado em seu ombro.
Essa representação inaugurou a associação entre piratas e papagaios na imaginação popular.
E, para completar a imagem do pirata padrão, Hollywood fez o resto. Incluindo o tapa-olho, a perna de pau e, num caso bem específico, o gancho.
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