sexta-feira, 30 de agosto de 2024

MARATONAS

Atenas, 490 a.C.
Maratona é uma corrida realizada na distância oficial de 42.195 quilômetros. Não existia nos jogos da Grécia Antiga.
Ela é uma criação do francês Michel Bréal para os primeiros Jogos Olímpicos da era Moderna, de 1896, em Atenas.
Bréal baseou-se na lenda do soldado grego Fidípides, que correu cerca de 42 quilômetros de Maratona até Atenas para anunciar a vitória dos gregos contra os persas na batalha de Maratona, em 490 a.C.
Chegando sem fôlego no Areópago, Fidípides morreu ali depois de ter entregue sua mensagem.
Na exposição do Louvre "L'Olympisme - une invention moderne, une héritage antique" (Olimpismo - uma invenção moderna, uma herança antiga), informa a médica e historiadora Ana Margarida Rosemberg, há uma pintura de Lyc-Olivier MERSON (1846 -1920) "Le Soldat de Marathon", 1869, que retrata essa passagem.
http://blogdopg.blogspot.com/2024/08/o-soldado-de-maratona.html

Londres, 1908
A primeira vez que Londres sediou os Jogos Olímpicos foi em 1908. Naquele ano, os jogos deveriam acontecer em Roma. Mas... com o Monte Vesúvio em período de franca erupção, os jogos foram transferidos para a capital inglesa.
Uma competição internacional em que o cabo-de-guerra e a caminhada de dez quilômetros eram esportes oficiais, as mulheres competiam usando saias compridas, e os homens levavam 10,8 segundos para completar a corrida de cem metros.
Naqueles jogos, o corredor italiano Dorando Pietri protagonizou, em 24 de julho de 1908, um dos episódios mais dramáticos da história olímpica.
Após liderar solitário os últimos quilômetros da maratona, ele chegou ao Estádio Olímpico White City completamente exaurido e desorientado, caindo ao chão da pista de atletismo por diversas vezes. Próximo da chegada e do desfalecimento completo, Dorando - que levou cerca de dez minutos para completar os 400 m da volta na pista - foi ajudado pelos fiscais a cruzar a linha de chegada, com o que acabou sendo mais tarde desclassificado em favor do norte-americano Johnny Hayes, que chegou na segunda posição sem nenhuma ajuda.
Por conta disso, Dorando não ficou com a dourada.
http://blogdopg.blogspot.com/2012/07/a-maratona-epica-de-dorando-pietri.html

Boston, 1980
Em 21 de abril de 1980, Rosie Ruiz, 23, foi a primeira mulher a cruzar a linha de chegada na Maratona de Boston. Ela tinha conseguido o terceiro melhor tempo já registrado por um corredor do sexo feminino em todas as maratonas (duas horas, 31 minutos e 56 segundos). O feito era ainda mais notável porque ela parecia livre de suor e bastante relaxada ao subir no pódio para receber sua coroa de flores 
No entanto, oficiais da corrida logo após começaram a questionar sua vitória. O problema era que eles não se lembravam de tê-la visto durante a prova. Monitores em vários postos de controle da corrida tampouco a tinham visto, nem qualquer um dos outros corredores. Inúmeras fotografias tiradas durante a corrida não mostravam qualquer sinal dela. Sua ausência era esmagadora.
Finalmente, alguns membros da multidão apareceram para revelar que a tinham visto iniciar a corrida na última meia milha. Ela tinha simplesmente corrido no trecho da linha de chegada.
Enquanto os organizadores da maratona se preparavam para anunciar sua desclassificação, descobriram evidências de que ela também trapaceara na corrida de Nova Iorque (onde tinha se classificado para correr na maratona de Boston). Rosie Ruiz, aparentemente, conseguira seu tempo em Nova Iorque andando de metrô em dois terços da corrida.
Sua vitória em Boston foi anulada e concedido o título à verdadeira vencedora: Jackie Gareau.
http://blogdopg.blogspot.com/2014/08/a-maratonista-dos-metros.html

Atenas, 2004
Nos Jogos de 2004, em Atenas, o corredor brasileiro Vanderlei Cordeiro de Lima (foto) liderava a maratona masculina. Quando faltavam apenas quatro milhas para ele completar o percurso, algo então aconteceu: um padre irlandês saiu da multidão e deteve o atleta por sete segundos . Embora o atraso tenha sido curto, isso, pode ter prejudicado o desempenho do atleta daí em diante. Ele perdeu o ouro por mais de um minuto e a prata por mais de 40 segundos. No entanto, é difícil dizer como ele teria corrido suas últimas milhas se um estranho não lhe tivesse interrompido a concentração. O COI recusou-se a mudar o resultado da corrida, mas, além do bronze que o corredor ganhou, ele foi agraciado com a medalha Pierre de Coubertin (que é dado a atletas que se destacam pelo espírito espottivo). 
Mesmo agora, doze anos depois, o reconhecimento oficial continuou: Vanderlei foi escolhido para acender a pira olímpica da Rio 2016.
http://blogdopg.blogspot.com/2016/08/o-quarto-tipo-de-medalha-olimpica.html

Rio, 2008
Embora as corridas a pé fossem o principal evento dos antigos jogos gregos, eles não corriam meias maratonas em suas Olimpíadas. E isso não mudou até hoje: assim como acontece com a capoeira, a meia maratona não faz parte dos Jogos Olímpicos da Era Moderna.
A expressão meia maratona, assim como a palavra hemitona, vem de Hemitona, uma cidade na Grécia. De acordo com a lenda, após a batalha de Hemitona, que ocorreu entre a Grécia e o exército invasor persa, o herói grego Asthma correu 21,1 km das planícies de Hemitona até Atenas para levar a notícia de que os gregos tinham empatado.
Não era uma boa notícia para Grécia. A qual inclusive tivera a vantagem de mando de campo ao enfrentar a Pérsia. E, na batalha seguinte, seria vencer ou vencer.
Depois de passar a mensagem, Asthma perdeu o fôlego e morreu.
Sua incrível façanha, porém, sobreviveu na palavra hemitona. A palavra foi estendida para significar "qualquer corrida entre os 3.000 metros com obstáculos e os 42 km de uma maratona".
Foto do corredor Zersenay Tadese, da Eritreia, que venceu em 2008 a prova masculina da Meia Maratona do Rio de Janeiro.
Esclarecimento - Em competições do gênero, o blog EM segue a orientação de submeter a fotografia do atleta vencedor ao "fotochop" para adequá-la às características da informação.
http://blogdopg.blogspot.com/2022/02/a-origem-da-meia-maratona.html

Quênia, 2041
O queniano Kelvim Kiptum estabeleceu o recorde mundial masculino de 2h00min35s em Chicago, em outubro de 2023, quebrando a marca de seu compatriota Eliud Kipchoge, que fez 2h01min09seg em Berlim, em setembro de 2022.
Tragicamente, Kiptum morreu em um acidente de carro, em fevereiro de 2024. Ele tinha 24 anos.
Também do Quênia, Peres Jepchirchir, que correu a Maratona de Londres de 2024 em 2h16min16s, é a atleta mais rápida entre as mulheres.
Estudando a progressão linear dos recordes nos últimos anos, o blogueiro Allen Downey extrapolou para 2041 o ano em que um atleta (queniano, certamente) conseguirá correr uma maratona em duas horas.
http://blogdopg.blogspot.com/2015/03/duas-horas-de-maratona-em-2041.html

Nenhum comentário: