quarta-feira, 26 de março de 2014

O PASQUIM E A MPB

O bravo hebdomadário e a música popular brasileira por diversas vezes cruzaram-se nos caminhos.
Em 1970, Paulo Diniz compôs a música "Quero voltar pra Bahia" em homenagem a Caetano Veloso que, naquela época, se achava exilado em Londres. A música de Paulo Diniz, que tinha um refrão em inglês (I don't want to stay here / I want to go back to Bahia), numa de suas estrofes, fazia essa referência ao Pasquim:

"Via Intelsat eu mando
Notícias minhas para o Pasquim
Beijos pra minha amada
Que tem saudades e pensa em mim."

Ainda em 1970, o Pasquim brindava os seus leitores com o encarte de um mini-compacto em uma edição especial. Trazia esse mini-compacto duas músicas: no lado A, "Cosa Nostra", de Jorge Ben, e no lado B, "Coqueiro Verde", um samba de Roberto e Erasmo Carlos, numa gravação do Trio Mocotó. Nessa gravação, havia um momento em que a música era interrompida (à citação de "como diz Leila Diniz") para se ouvir um trecho de uma polêmica entrevista da musa do Pasquim. E a referência ao "velho pasca", em "Coqueiro Verde", encontrava-se na estrofe a seguir:

"Mas eu vou me embora
Vou ler meu Pasquim
Se ela chega e não me vê
Sai correndo atrás de mim."

Não tenho certeza se o Pasquim repetiu a fórmula do encarte de mini-compactos em outras edições. Mas, em 1982, ele lançou o disco "MPB Independente", que reunia alguns dos grandes nomes da música brasileira, como Tom Jobim ("Águas de Março"), Caetano Veloso ("A Volta da Asa Branca"), João Bosco ("Agnus Sei"), Fagner ("Mucuripe") e outros.
Mas foi em 1990 que aconteceu a grande homenagem à editora do "rato que ruge". Quando a Escola de Samba Acadêmicos da Santa Cruz desfilou no carnaval carioca com o enredo "Os Heróis da Resistência". Entoando o refrão do "Gip, gip, nheco, nheco", o nome da coluna do Ivan Lessa no Pasquim:

Gip, gip, nheco, nheco
Por favor, não apague a luz!
Goze desta liberdade
Nos braços da Santa Cruz.”

Sobre isso eu já falei na postagem de 4 de outubro de 2007 (no blog EntreMentes).
Original: EM, 13/09/2008

quarta-feira, 19 de março de 2014

ENTOMOFAGIA

Esta palavra significa: alimentar-se de insetos.
Há evidências de que o homem primitivo, antes de dominar as técnicas agrícolas, recorria a esse expediente para complementar a sua alimentação. Como ainda hoje faz o seu "primo" chimpanzé.
Na atualidade, mais de 1.200 espécies de insetos fazem parte do cardápio da humanidade. Principalmente dos povos e tribos que habitam algumas regiões da Ásia, Africa e América Latina.
O Brasil não está fora do hábito da entomofagia. Na Serra da Ibiapaba, no Ceará, por exemplo, há pessoas que destacam as "bundas" das formigas tanajuras (fêmeas aladas das saúvas, que aparecem em grande quantidade no início da estação chuvosa e que são capturadas) para fritá-las, misturá-las com farinha de mandioca e... comê-las.

Também acontece a ingestão de insetos de forma não intencional. Porque eles podem estar presentes, sem serem vistos a olho nu, em muitos dos alimentos que ingerimos. Acrescentando desse modo, com seus pequeninos corpos, proteínas e calorias às que já existem nos alimentos onde estão.
Infelizmente, alguns insetos ao serem ingeridos podem veicular doenças. Como o Mal de Chagas que pode ser transmitida pela ingestão do açaí, caso este alimento tenha sido triturado junto com o "barbeiro" infectado por T. cruzi.
Com a preocupação de evitar a transmissão de doenças, o Food and Drug Administration (EUA) elaborou uma lista de níveis máximos de insetos permitidos nos alimentos. Assim é que ficamos sabendo que, em cem gramas de chocolate, por exemplo, até 60 insetos (ou fragmentos deles) podem estar presentes e ser ingeridos sem que isso represente problema para a saúde humana.
No Vida e Arte onde obtive a imagem acima, do blogueiro Luciano Rocha, há uma seqüência de fotografias das tanajuras (hormigas culonas, na Colômbia) além de uma receita à base delas.
EM, 07/08/2008

quarta-feira, 12 de março de 2014

ADEREÇOS PESSOAIS

Não uso tiara, colar, pulseira, brincos e piercings.
Escapulário, nem pensar. Pendrive? Já pendurei um deles (de 1 giga) no pescoço, mas só foi um dia.
Diante desta minha barriga de prosperidade, a bolsa pochette também fica fora. Mas não descarto alguma adesão futura aos suspensórios.
Aliança? Permaneceu no dedo o tempo em que durou a festa de casamento. Fiz questão de perdê-la sem dó, mesmo sabendo o risco de ficar depois desinteressante aos olhos das mulheres.
E... tirei o meu anel de doutor para não dar o que falar.
Contudo, uso um par de óculos, por razões próximas e longínquas, e um relógio que atrasa (adianta?).
E só por estes últimos acessórios é que eu não tiro zero no quesito adereços (PGCS).


Original: EM, 14/07/2008

quarta-feira, 5 de março de 2014

RUMINANDO...

Entraram para a história da propaganda estes versos que Bastos Tigre fez para o Rhum Creosotado:
"Veja ilustre passageiro
O belo tipo faceiro
Que o senhor tem a seu lado
E, no entanto, acredite
Quase morreu de bronquite
Salvou-o o Rhum Creosotado.”
Eram lidos em “reclames” colocados nos bondes do Rio antigo. Vamos e venhamos que os versos publicitários de Bastos Tigre tenham ajudado a dar longa vida ao Rhum Creosotado, pois até hoje o tal xarope existe. Confira.
Ainda que o poeta, com planos literários mais altos, não gostasse de assumir a paternidade dos versos. Deixando sem graça o responsável por este Blog, que neles foi se inspirar para fazer a seguinte paródia:
Veja ilustre internauta
Que nem assunto me falta
Quando dão por confirmado
Que esse triste bagulho
Quase morreu num mergulho
Salvou-o um Pum arretado.

Original: EM, 04/02/2008