Dr. Lustosa não vem, retorna. A avaliar pelo que temos visto na televisão nos últimos dias. A todo instante, os apelos publicitários dessa miraculosa cêra (com circunflexo) que promete acabar com a dor de dente. Sim, acaba. Apenas não evita que o usuário fique banguela. Porque, aliviado da terebrante dor, ele passa a adiar, por tempo indeterminado, o encontro com a broca odontológica.
Ir ao dentista não chega a ser um passatempo agradável. Falam que o medo que temos de ir ao dentista é algo atávico. Tem a ver com o sofrimento de nossos antepassados, cujos dentes eram dolorosamente extraídos em praça pública. Aí, se aparece algum remédio que nos livre da maldita cadeira do dragão, digo, do dentista, por que iríamos recusá-lo?
Eis o sucesso da cêra. Ameniza uma dor que nos atormenta. Dor tão incômoda que nos deixa bloqueados para as tarefas, digamos, mais comezinhas.
Mas... voltando ao papo furado: Dr. Lustosa, que tem pontos em comum com a cêra homônima. Tais como:
- É chegado a uma panelinha.
- Nunca vai à raiz do problema.
- Dá as caras em tempo de eleição.
Aí, antes que você diga a palavra des-bu-ro-cra-ti-za-ção, você já está com a boca de sovaco. Um sovaco imenso (sei do cacófato) à espera de uma dentadura postiça. Ainda bem que é problema que se resolve mais facilmente em tempo de eleição.
Para finalizar, só parafraseando a cantora Marina: Quem vai juntar os cacos do velho dente?
quarta-feira, 14 de agosto de 2013
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