Em 1994, o médico e poeta cearense Caetano Ximenes Aragão (1927 - 1995) publicou pela Maltese o seu "Ilha dos Cornos".
Com este livro, o médico-poeta Caetano encontrou, no dizer do jornalista Blanchard Girão, uma maneira de ironizar a vaidade e o complexo de superioridade machista do homem brasileiro.
Para escrever esta sátira fina e mordaz, Caetano rebuscou os mais remotos arquivos da cultura humana, foi às Mitologias Grega e Egípcia, percorreu as obras dos clássicos da Literatura Universal, seus maiores romancistas e escritores modernos e da Antiguidade, e pesquisou o cancioneiro musical popular e os nossos violeiros.
A "Ilha dos Cornos é uma gozação em estilo erudito. Veja-se, a exemplo, como Caetano Ximenes, ao tempo em que anuncia a boa nova, convoca a todos os cornos do mundo para que venham conhecer sua "Ilha":
"Cornos do mundo todo – uni-vos.
"Soprem todas as trombetas mesmo as de Jericó, soe o Schofar, ouçam-se os Berrantes, toquem as Cornamusas e todas as Cornucópias, e o Sonner du Cornet se eleve, levando-se a todos os quadrantes da Terra a boa nova, isto é, a fundação da pátria dos cornudos."
Caetano é também autor de "Romanceiro de Bárbara" (1980), um poema-livro que retrata a personagem Bárbara de Alencar e os eventos da Confederação do Equador. Tive a honra de privar da amizade deste inesquecível colega e de estar com ele em várias antologias de prosa e poesia que, na década de 1980, foram publicadas pela Sociedade Brasileira de Médicos Escritores, seção do Ceará.
domingo, 12 de junho de 2016
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