segunda-feira, 30 de novembro de 2020

O COMEDOR DE OSTRAS

"Quem primeiro comeu uma ostra era uma alma corajosa."

A coragem do primeiro comedor de ostras é reconhecida há pelo menos quatrocentos anos. As primeiras evidências publicadas foram escritas por Thomas Moffett, um influente médico inglês que morreu em 1604. Mas várias figuras fizeram observações semelhantes ao longo dos anos. John Ward, em 1661, ao incluir um comentário sobre as ostras em seu diário (creditando-o ao rei James I, que havia morrido em 1625); John Gay, em 1716, ao versejar "... que, na costa rochosa, / primeiro quebrou o casaco perolado da ostra"; e Jonathan Swift, em 1738, quando criou este diálogo para dois personagens:
Lady Smart: "Senhoras e senhores, vocês comerão ostras antes do jantar?"
Coronel Atwit: "Com todo o meu coração." [Toma uma ostra.]
Ele era um homem ousado, o primeiro a comer uma ostra.
Além dos supracitados autores, todos eles ingleses, o polígrafo americano Benjamin Franklin. Ele incluiu no "Poor Richard's Almanack", em 1753, uma versão ligeiramente alterada dos versos de John Gay. Em conclusão, todos eles, de Moffet a Ben, ajudaram a popularizar essa sabedoria proverbial.
http://blogdopg.blogspot.com/2020/10/o-comedor-de-ostras.html

O pintor e gravador belga James Ensor produziu paisagens, naturezas-mortas e retratos, além de cenas do gênero com sua irmã, mãe e tia. "La mangeuse d'huîtres" (O comedor de ostras), o ponto alto de seu trabalho na época, reúne esses diferentes gêneros pictóricos magnificamente. A imagem mostra sua irmã Mitche concentrada em comer ostras, com uma profusão de flores, pratos e toalhas de mesa diante dela, Mas esse quadro certamente era ousado demais para o ambiente altamente conservador da época e foi rejeitado no Salão de 1882, em Antuérpia.

As ostras não são os únicos moluscos que podem produzir pérolas: mexilhões e amêijoas também produzem pérolas, mas esta é uma ocorrência muito mais rara.
A esta relação dos moluscos formadores de pérolas devemos acrescentar também o sururu. A partir da experiência por que passou o genealogista e historiador Ormuz Simonetti ao se deliciar com um caldo de sururu.
Bem, deixemos que ele mesmo descreva como encontrou essa pérola:
"Estávamos em animada conversa quando foi servido o caldinho de sururu ao leite de coco. Logo na primeira porção que me foi servida, mastiguei algo estranho. A princípio pensei tratar-se de uma pedra e temi pela possibilidade de ter quebrado algum dente. Mas, ao colocar a mão na boca e retirar aquele corpo estranho, surgiu diante dos meus olhos algo bem diferente do que esperava ver. Fiquei observando na ponta de meu dedo indicador uma bela e minúscula pérola. A princípio não acreditei no que meus olhos viam, ao tempo que meu cérebro insistia no que me recusava a acreditar. Até aquela data nunca tinha ouvido falar que alguém tivesse encontrado uma pérola dentro de um marisco, mesmo porque não era de meu conhecimento que fosse possível encontrar pérolas dentro desses moluscos. Sempre ouvia falar que elas são encontradas dentro de ostras."
http://gurgel-carlos.blogspot.com/2011/05/perola-de-sururu.html

Nenhum comentário: