Jacó encontrou a companheira no poço da aldeia.
Moisés encontrou a companheira no poço da aldeia.
Saul perguntou sobre o profeta Samuel no poço da aldeia.
Tudo acontece no poço da aldeia!
Destina-se a divulgar em meio eletrônico os meus textos literários (publicados e inéditos) escritos nos anos 80 e 90. Visite também os blogs EntreMentes, Linha do Tempo, Nova Acta e Slideshows do PG. Corrigenda de "Quem sou eu": 74 anos; avô de Matheus, Renan e Benício.
Pouco tempo depois de sua passagem para o lado de cima, você foi homenageado, em 18 de maio de 2017, com a criação do Centro Cultural Belchior na Praia de Iracema. É um equipamento da Prefeitura de Fortaleza, gerido em parceria com o Instituto Cultural Iracema, para dar espaço e apoio à cena musical cearense. Em suma, o centro é um lugar onde a música e as pessoas da música se encontram e compartilham estéticas e narrativas contemporâneas.
Sua memória também foi eternizada em seis CDs, remasterizados no box "Tudo Outra Vez" (2018), que trouxe à baila para as novas gerações suas obras-primas gravadas entre 1974 e 1982.
Em 30 de março de 2022, outro dia histórico para a Cultura em nosso Estado, foi inaugurado na antiga Estação João Felipe, em Fortaleza, o Complexo Cultural Estação das Artes Belchior. Um equipamento restaurado e modernizado pelo governo do Ceará, que conta com mercado das artes, pinacoteca, feira gastronômica, salas de exposição, biblioteca e museu ferroviário, além de também abrigar as sedes da Secult e do Iphan.
Ademais, você se aqui faz presente em livros, folhetos e que tais. Livros que falam de sua vida e sua obra, eu já cataloguei quatorze. Em folhetos de cordel, segundo o pesquisador Alberto Perdigão, você é o protagonista de dezenove deles (nesta categoria, apenas perde em abordagens para Luiz Gonzaga e, talvez, para Jackson do Pandeiro).
Belchior, o que há de teses, dissertações, monografias e artigos que lhe fazem referências é escomunal (a palavra existe). Você, Raul Seixas, Erasmo e Rita Lee entraram para o mainstream, sem nunca apostar nisso. Além disso, artistas plásticos e grafiteiros das terras estão a lhe prestar homenagens com murais e caricaturas, celebrando sua imagem e legado.
Estátuas que lhe são alusivas brotaram pelo Ceará. Em Sobral, onde você é homenageado com uma escultura de bronze em tamanho real numa praça da cidade. No Cantinho do Frango, lugar historicamente visitado pelo Pessoal do Ceará (Ednardo, Fausto Nilo, Rodger Rogério...) e pelo "popstar" Falcão... ah, a estátua de lá tem mesa cativa. E, na Pousada dos Capuchinhos, em Guaramiranga? Frei Francisco Antônio de Sobral (como você queria ser chamado).
Em todos os monumentos que acabo de citar, seu alter ego mineral aparece empunhando um violão!
Não posso ignorar os blocos carnavalescos. Como o "Volta Belchior", um dos blocos mais populares de Belo Horizonte, com grande adesão de foliões. E, dando um pulo ao Carnaval de Recife, o bloco "Sujeito de Sorte", que inclui um boneco gigante e músicas belchiorianas desde a concentração. Além disso, o bloco "Ano Passado Eu Morri Mas Esse Ano Eu Não Morro", que também é inspirado em você. Aquela explosão de alegria e irreverência que faz trepidar as ruas paulistanas com marchinhas, sambas e releituras de seus clássicos. Acho que os nomes desses blocos lhe soam familiares, não?
Ah, a falta que a falta faz! Na última noite de agosto, apareci no Belch Bar, em Dionísio Torres, para beber à sua memória. Na agradável companhia do compositor Ricardo Bezerra, enquanto o trovador eletrônico Jorge Mello, contava causos e cantava canções da profícua parceria que ele teve com você. Para matar a tristeza só mesa de bar, como disse o mais brega dos poetas. E toca a trabalhar nos retoques finais de "Encontros com Belchior", um dos capítulos do meu próximo livro, "Brilhos", que prometo para o ano que vem.
Você, Belchior, sempre será lembrado como um dos maiores poetas da música brasileira. Sua voz ecoa em nossos corações, e suas canções continuam a nos inspirar. A saudade é imensa, mas a gratidão por tudo o que você nos deixou é ainda maior.
Com carinho e admiração, Paulo GurgelP.S. Aqui na terrinha, Vannick continua a cantar as coisas que aprendeu em seus discos. Conheci sua filha numa noite de autógrafos do avô Edmilson, de quem sou há muito tempo amigo.
PAULO GURGEL CARLOS DA SILVA - cearense (Fortaleza). Escritor, blogueiro e médico aposentado do Ministério da Saúde. Foi contemporâneo de Belchior na Faculdade de Medicina da UFC. Membro fundador da Sobrames Ceará e diretor da entidade no período de 1985 a 1987. Tem a biografia no livro "Portal de Memórias" e o currículo na Plataforma Lattes e na Wikipédia. Seu último livro publicado: "Edição Êxtase", em 2023.
Asya, a gata
O linguista soviético Yuri Knorozov foi fundamental na decifração da escrita maia. Durante toda a sua vida, ele tentou ser creditado pela obra com a gata Asya, mas seus editores sempre recusaram. Em 2012, os mexicanos o homenagearam com um monumento que incluía sua amada gata.
Meu amigo Edmílson Nascimento da Silva me enviou um exemplar do livro NOSSA GENTE: UMA ANTOLOGIA, o qual estou a ler de forma prazerosa.
Reunindo 10 contos, 11 crônicas e 20 poesias, trata-se da segunda edição da coletânea.
Dentre os contos, destacam-se "A lenda do boi fugitivo" e "Casório de matuto", de autoria de Edmílson, que também é o responsável pela revisão do livro.
Sua neta, Maria Clara Becco Silva Sabiá, também participa deste florilégio com duas poesias, "Apocalipse" e "Arte".
São os patrocinadores de NOSSA GENTE: o BNB Clube de Fortaleza, a Associação dos Aposentados do BNB e a Associação dos Funcionários do BNB, os quais merecem elogios pela arregimentação de escritores e leitores que eles fazem em prol da literatura cearense.
P.S. Em 1983, o BNB Clube de Fortaleza promoveu o I Concurso de Contos com o objetivo de revelar novos autores cearenses. Concorreram 80 autores, dos quais 39 tiveram seus trabalhos selecionados pela comissão julgadora. Os trabalhos escolhidos, em número de 44, foram reunidos em um livro intitulado MULTICONTOS, no qual tive dois contos publicados.
Paulo Gurgel Carlos da Silva
Período: 1978 - 1987
Diretores do Centro Médico Cearense (hoje Associação Médica Cearense) no período: Dr. Paulo Marcelo Martins Rodrigues (1978-1979). Dr. José Aguiar Ramos (1980-1981). Dr. Juarez Carvalho (1982-1983). Dr. Lino Antônio Cavalcanti Holanda (1984-1987)
1978 CMC (Presidente: Paulo Marcelo) Diretor Cultural: Emanuel Melo. Missão: criar jornal "CMC Informa" e reativar (c/ Pedro Henrique) revista "Ceará Médico". Curso "Isto não se aprende na escola"
Ideia do 1.º livro: Reuniões lítero-musicais no Gabinete Odontológico do Aquino
1980 Reuniões no CMC (Presidente Aguiar Ramos). Editores Emanuel Melo (c/ Paulo Gurgel). Prefácio Adriano Espínola
1981 VERDEVERSOS 10 AA Coord. Emanuel Melo e Paulo Gurgel Ed. CMC Graf. IOCE
1982 ISTO NÃO SE APRENDE NA ESCOLA 24 AA Coord Emanuel Melo e PH Saraiva Leão Ed. CMC Graf. IOCE
Criação da Sobrames Ceará 24/08/82 (Juarez Carvalho), idealizador Francisco Dionísio Aguiar, posse da 1.ª Diretoria em 04/11/ presidente da Nacional 1982/84 Odívio Borba Duarte (PE) 1.ª Diretoria Emanuel, Dionísio, Jackson, Lucíola, Nóbrega, Sampaio e Paulo Gurgel 2.ª Diretoria Paulo, Nóbrega, Maria Helena, Lucíola, Emanuel, Ricardo e Fábio. Diretorias Seguintes: GB, Moura, PHSL, Wellington, Telles, José Maria, Leitão e Celina, Marcelo e Arruda (2020/2022)
1983 ENCONTRAM-SE 14 AA Coord. Emanuel Melo e Paulo Gurgel Ed. CMC (Pres. Juarez Carvalho) Graf. IOCE
Todos os participantes das coletâneas VERDEVERSOS e ENCONTRAM-SE foram considerados membros da Sobrames-CE
1983 PSIQUIATRIA BÁSICA Gerardo da Frota Pinto Coord. Emanuel Melo Ed. CMC (Pres. Lino Holanda) Graf. IOCE
1984 TEMOS UM POUCO 10 AA Coord Emanuel Melo e Paulo Gurgel Ed. CMC / SOBRAMES
1985 NOMES E EXPRESSÕES VULGARES DA MEDICINA NO CEARÁ Eurípedes Chaves Junior Ed. CMC
1986 CRIAÇÕES 8 AA Coord. Emanuel Melo e Paulo Gurgel Ed. CMC (Pres. Lino Holanda) / SOBRAMES Graf. CMC
1987 SOBRE TODAS AS COISAS 13 AA Coord. Geraldo Bezerra, Paulo Gurgel e Luiz Moura Ed. SOBRAMES / CMC
1989 LETRA DE MÉDICO 12 AA 12 AA Coord. Geraldo Bezerra SOBRAMES
Siglas: CMC Centro Médico Cearense. IOCE Imprensa Oficial do Ceará. AA Autores. Graf. Gráfica. Ed. Editora. Pres. Presidente. Coord. Coordenação. SOBRAMES-CE Sociedade Brasileira de Médicos Escritores, Seção do Ceará
"Quando o Merthiolate encostava na ferida, você sentia que ali tinha virado um grande campo de batalha. Aquele ardor dava a impressão de que os micróbios estavam sendo derrotados. E, quando o ardor passava, era a confirmação de que a gente tinha conseguido vencer o mal. Enquanto isso, a única coisa capaz de amenizar aquele sofrimento eram as micropartículas da saliva da mãe soprando a ferida."O Merthiolate, portanto, tinha apelos: 1) pedagógico (ensinando a criança a aguentar o tranco, engolir o choro etc.), 2) psicológico (relacionado com o ardor de uma batalha a se concluir com vitória) e 3) ligado ao binômio materno-infantil (da mãe que acudia para atenuar o sofrimento da criança ). Além disso, o Merthiolate cumpria a função de geolocalização: se ardia é porque foi aplicado no lugar certo. Hoje em dia, com a substituição do tiomersal pela clorhexidina, essa função foi perdida.