Uma assembleia geral extraordinária que aconteceu no interior de uma locadora de televisores. Todos os aparelhos em dia com suas taxas podiam se manifestar.
- Companheiros, o problema é sério. Onde quer que estejamos só nos deparamos com sexo e violência. É como se as pessoas não fizessem outras coisas. Precisamos dar um basta nessa situação.
- Isso! Querem nos impingir que a vida imita a arte, quando é o contrário.
- Sim, geralmente só sugerimos a ocorrência do ato sexual. Por exemplo: o casal entra no quarto aos beijos e cai na cama; o quarto fica na penumbra e os dois trocam carícias sob os lençóis...
- É. Nossos eventuais excessos são por conta da competição, da pressão do mercado... E os deles? São gratuitos e desnecessários.
- Imaginem vocês o que eu sofri num motel onde me colocaram nos últimos meses. Fui obrigado a ver cenas reais de sexo explícito, a assistir a todo tipo de tara. E depois ainda falam que o erotismo campeia na televisão.
- Quem são os responsáveis por isso tudo? Eles não têm um código de conduta?
- Eu também tive que presenciar todo tipo de violência. Tão logo me ligavam... lá vinha briga de marido com mulher. Mil palavrões, objetos sendo arremessados... Cenas fortíssimas em que não se respeitava nem o horário infantil da televisão.
- Ah, a falta que um seletor de... casal nos faz!
- Violência... alguém aí falou. Que acham do meu tubo de imagem quebrado? Pois foi um torcedor brasileiro no fim do jogo contra a Argentina. Sou mesmo um "azaroni".
- As pessoas não tem modos. Onde estive locado existia um gordão que me assistia de cuecas, tomando Skol e comendo baconzitos. Saio de foco só ao me lembrar daquele mastigar imoral, daqueles arrotos e flatos...
- Eu vi também muito garoto abusado, criada respondona, cunhadinho folgado...
- Quanta hipocrisia! Por muito menos nos desligariam pelo controle remoto.
- E aqui ninguém sabe onde eles têm o botão de desligar.
sexta-feira, 12 de novembro de 2010
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário