sexta-feira, 19 de agosto de 2011

O HOMEM DOS 7 ESPORTES

Falta alguém tranquilizar a Dona Lêda Collor de que seu filho não corre perigo. Quando, todo fim de semana que Deus dá, ele aparece praticando alguma peripécia esportiva. Como pilotar em alta velocidade uma possante moto, deslizar sobre as águas do Paranoá num jet-ski, dirigir numa estrada movimentada uma carreta de dezoito pneus. E, ainda, a correr, a nadar, a pedalar etc.
Uma sequência de proezas a que se juntam outras, de natureza marcial. Se o mar é de almirante, a terra, de general, e o céu de brigadeiro, dirigir submarino, Urutu e avião de caça, respectivamente.
Mas não te surpreendas, ó leitor, com o que eu vou dizer agora. Sobre um segredo - que vazou - relacionado ao marketing promocional do presidente. É que existem sete sósias do Collor na Casa da Dinda. E cada um é bamba em algum tipo de esporte. Chega o fim de semana, um deles se exibe para brasileiro ver. E o brasileiro, ignorando esse detalhe, fica pensando que há um superpresidente no comando da nação. O primeiro (Menem é o segundo) do ranking mundial!
Não é novidade a estratégia em questão. A Cofap, por exemplo, para fazer a atual campanha do Turbogas (um amor de amortecedor), usou quatro cachorros da raça bassê. Dando a impressão de existir, pela soma das habilidades dos quatro, um super-ator canino. O Rin Tin Tin do seriado da televisão, idem. Em vez de um único cão, oito contracenam com a cavalaria norte-americana. Se isso é anti-ético não sei dizer, mas são as liberdades do mundo do espetáculo.
O presidente por pouco não está na novela Pantanal, também vazou. Em seu lugar, Sérgio Reis, um noviço na arte de representar, foi colocado no cast da novela (para explorar a semelhança física do cantor com o presidente). Mas, assessores do presidente, temendo que a manobra não fosse bem recebida pelo público, roeram as cordas da viola e não deram caráter oficial à substituição. Bem, se collar, collou... foi a orientação que a Manchete deu, daí para frente.
Na única aparição esportiva do presidente - em carne e osso - ele não convenceu. Foi quando jogou num treino da seleção brasileira de futebol. Mesmo assim ele criou uma enorme dificuldade para o Tafarel. Eu não gostaria de estar, naquele hora, sob a pele do grande goleiro. Imagina o sujeito ter de adivinhar para que lado a bola vai ser chutada e aí, num fechar dos olhos, saltar para o lado oposto. Ah, não estivesse ali o Tafarel aquela bola não teria entrado!
Aliás, todo goleiro de escol sabe muito bem a principal lição de Nenem Prancha. Pênalti cobrado pelo diretor do clube não é de se pegar. Cobrado pelo presidente da República, a bola então já parte completamente indefensável.
A bem da verdade, ato arriscado até hoje o filho de Dona Lêda só praticou um. Foi quando, de forma resoluta, destemida e impávida, ele adentrou uma casa bancária e... abriu uma caderneta de poupança.

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