sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

ERA

... uma mulher tão ciumenta que obrigou o marido a dispensar a secretária eletrônica.
... um gajo (não confundir com gago) tão repetitivo que só presenteava a namorada com rosas rosas.
... um futurólogo tão desatualizado que só predizia fatos passados.
... um tipo tão expansivo que se regia pela Lei dos Gases.
... uma moça tão econômica que não usava perfume quando a "tchurma" estava gripada.
... um cidadão tão desastrado que vivia tropeçando no anjo da guarda.
... um polemista tão radical que tudo quanto escrevia começava a partir da tréplica.
... um cara tão saudosista que seu relógio só marcava outr'ora.
... um empresário com tantos títulos que mais um protestado nem fazia diferença.
... uma dona tão infiel, supercheio de amantes o seu guarda-roupas.
... um homenzinho tão feio que não dava trabalho ao maquiador para representar o Corcunda de Notre Dame.
... um milionário tão mesquinho que ao morrer deixou toda a sua fortuna para as obras misantrópicas.
... um sujeito tão bronco do qual se dizia: analfabeto de pai, mãe e ama-seca.

Publicado no Informativo A Ferragista n.º 86, de outubro de 1986

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