No início do ano, quando ventos favoráveis impulsionavam sua candidatura Silvio Santos a retirou. Disfonia, o motivo alegado. No entanto, a duas semanas do pleito presidencial, o acionista majoritário do SBT, com a voz bem empostada, anunciou o interesse de de reapresentá-la. Aduzindo que agora contava com um time de assessores de primeira, o que não acontecia antes. Essa importância de ter uma boa assessoria, como Silvio Santos inclusive reconheceu, seria para compensar a sua inexperiência em política, administração pública, coisa e tal.
Nesse afã, o apresentador de TV se cercou de alguns pefelistas notoriamente ligados ao Planalto. Lobão, Hugo Napoleão, Gadelha e outros que viram em Silvio Santos uma oportunidade de ouro, quer dizer, uma tábua de salvação. Já que o barco Aureliano Chaves fazia água por todos os lados. E Silvio e os pefelistas, com estes posando de assessores políticos, se lançaram à tarefa de criar uma candidatura de última hora. Contando, numa avaliação inicial, com a desistência do ex-transatlântico Aureliano.
Mas, isto não ocorrendo, foram à cata de uma sigla de aluguel. Encontraram uma boa acolhida no PMB, o balcão de negócios do pastor Armando Corrêa, que renunciou em favor de Silvio Santos, depois de acertados os detalhes da operação. O apresentador voltou então a aparecer nas pesquisas de intenção de votos, embora já houvesse apresentado desempenho melhor. Em verdade, o seu nome não aprecia: o eleitor assinalaria Armando Corrêa para votar em Silvio Santos, aliás, Senor Abravanel (o Senor é meu pastor, nada me faltará), aliás...
O que Silvio não esperava: o PMB de Armando Corrêa não passava de uma autêntica arapuca evangélico-partidária. Por isso, em uma sessão memorável do TSE, o pequeno partido foi julgado em situação irregular, e assim inviabilizou a candidatura do apresentador. E a paz relativa voltou à campanha política. Com a vantagem de que o eleitorado, nos dias seguintes, andou livre do feioso microcandidato, sua ego trip e seus projetos de salvação nacional.
Mas, como Silvio Santos não veio aí, perdemos a chance de ver o Brasil sob sua presidência. A seu jeito, algo mais ou menos assim:
Tudo por dinheiro - O slogan do governo SS, bem diferente do farisaismo e da hipocrisia do "tudo pelo social" do governo anterior.
Cidade x cidade - A acirrada disputa de 4.500 municípios para aumentar a fatia de participação nas verbas federais.
Namoro na TV - Entre o capital e o trabalho.
Roletrando - Um programa de erradicação dos fanhos pela terapia de choque.
Quanto a Porta da esperança, Show de calouros, Isto é incrível e Qual é a música?... bem, deixo à imaginação dos leitores.
sexta-feira, 30 de dezembro de 2011
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