sábado, 24 de novembro de 2007

AUTO DO COMPADECIDO

Houve um dia
No ano de mil e novecentos e setenta e nove
Que eu pensei na sorte(?) do mundo,
Dos seus andejos habitantes.
Numa praça das mais cosmopolitas
Fui apregoar:
Para cada angústia uma paz espiritual,
Para cada dor um lenitivo eficaz,
Para cada desalento uma palavra amiga.
Nem bem nem mal, apenas ia
Quando uma voz, a minha voz interior
Cresceu alguns decibéis. Lembrou-me:
- A Madre Teresa de Calcutá, sabe? É quem ganha
O Prêmio Nobel da Paz.
Desci do púlpito. Esfreguei as mãos.
As minhas mãos: uma sabia da outra.

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