Outros inimigos naturais: o balão e o alfinete, a vidraça e o bodoque, o sapato e o chiclete, o carro e a motocicleta, a farofa e o ventilador, a árvore e o machado. Etc. Não passando de uma grande ingênua a árvore que disse para a floresta: "Calma, arvoredo, o machado é um dos nossos". Pois, vá lá que o cabo do instrumento seja de natureza vegetal, como considerou a arvorezinha, mas... o seu cortante ferro, hein? É uma meia verdade, isso sim. Além do que é preciso ser muito sândalo para, depois do que acontece, ainda perfumar o machado, esse vândalo!
Também a patroa e a empregada, o álcool e o fígado, o sal e a pressão, Deus e o diabo (vai se dar muito mal quem acender uma vela para ambos), a bactéria e o antibiótico, o chinelo e a barata (que se for esperta tampouco atravessa galinheiro), a crase e o estudante, a pimenta e as hemorróidas, a sogra e a humanidade, a pedra e o dedão do pé... A propósito, chute só onde Drummond foi buscar inspiração para escrever o seu conhecido poema.
E a lista é interminável! O caloteiro prejudica o garçom. Que dá o troco na mesa seguinte, aliás, esquece-se disso. A roleta de ônibus martiriza o gordo; a fumaça, a colmeia; a mala (sem alça), o carregador; o banco, o devedor... Até chegar ao bicudo que - exemplo extremo - é inimigo nato de outro igual. Quando eles tentam se beijar, naturalmente.
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