Fico a imaginar como seria um rol de roupas sujas de Brasília:
1 babador pertencente ao deputado Edison Lobão.
1 calça listrada seguindo junto com o proprietário, Sr. Agamenon, aspone da Funai, que precisa ver uma tia em Belo Horizonte.
125 uniformes de campanha. Cuidado com o de nº 7, porque pode danificar a calandra da lavanderia. Caso isto aconteça, anexar um formal pedido de desculpa a seu proprietário, o general Cruz Credo!
48 smokings. O de nº 36, de propriedade do sr. Carlos Átila, tem dispositivo especial para mágicas de pequena voltagem.
2 camisetas com a inscrição "eu quero votar em mim para presidente" do deputado Paulo Maluf.
1.800 lenços, todos da bancada órfã do PTB.
5 bermudas do "major" Curió. Lembrar de passar a bateia na água de enxágue onde vai ter ouro em pó.
1 gravata. Recomendação de não desfazer o nó da gravata, porque ela pertence, ó, ao cacique-deputado Mário Juruna.
22 camisas esportivas do Clube dos Safenados em Cleveland.
1 gibão de couro do ministro André Asa, com os bolsões
1.551 vestidos para a higienização ultra-rápida. Sábado próximo haverá baile na Ilha Fiscal.
1 vestido longo da Sra. Mustafalla, esposa do Sr. embaixador turco no Brasil. A "turquesa" pede urgência, porém respeitando a sexta-feira muçulmana.
1 meio-fraque do ministro Galveas, seguindo ambos em voo extra.
200 camisetas com a efígie de "Che", circundada pela frase "hay que endurecerse sin perder jamás la ternura", do pessoal do quadro suplementar do SNI. Vestidura ultra-sigilosa.
400 lençóis. O lote de 1 a 50, cujo dono é o Sr. Netto, ministro do Planeja Aumentos, apresenta-se com muita sujidade "por debaixo dos panos". Sabão em dobro.
1 faixa verde-amarela, modelo presidencial.
1 faixa preta do quimono do vice-presidente Aureliano. Em caso de dano ou extravio, o dono exige como reparação a verde-amarela.
765 ternos convencionais, aqui por engano. São "presentinhos" da mãe do Maluf (adivinhem para quem?).
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