Ao pé, sim, de pé é que nunca. Gosto de estirar-me no sofá, os pés para cima, porque é assim que um cristão deve telefonar. O fio do aparelho - que é "esticável" - suporta bem tais descontrações.
Lembro-me daquela propaganda na televisão em que os dedos representavam as pernas das pessoas à procura de bens e serviços. Como a propor que o cansativo trabalho das pernas fosse substituído - com economia de tempo e esforço - pelo leve trabalho dos dedos no disco do telefone.
Além disso, andar pouco evita o jet lag.
As linhas cruzadas eram uma diversão à parte. Perdeu a graça quando a brincadeira foi institucionalizada, recebendo o nome de disque-amizade.
Descubro em minha secretária eletrônica que uma amiga me ligara em três oportunidades deixando recados. Vai, eu ligo três vezes para ela (que, como sempre, não está em casa) e deixo recados na secretária eletrônica dela (epa!). Nunca conversamos em tempo real.
Com a vida por um "trim", ocorre-me procurar meu psiquiatra. Ele tem sido um porto seguro em todas minhas situações de naufrágio iminente. Mas, agora, ele só atende os clientes na portaria de seu edifício... pelo interfone.
Saio a me divertir no fliperama. Bato o recorde de um jogo... sem ter conhecido meus adversários passados. Os nomes deles aparecem no vídeo, com os respectivos pontos marcados, mas eu nunca os vi mais gordos, mais frustrados.
Retorno para casa. É onde eu posso fazer um eletrocardiograma pelo telefone. Não, não estou tendo arritmia, é tudo angústia.
Então, ligo para o Centro de Valorização da Vida. que é uma forma de continuar tudo como antes.
sexta-feira, 24 de agosto de 2012
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