sábado, 6 de outubro de 2012

FANTÁSTICO, O XÔ! DA VIDA

"É um alívio saber que o fantástico existe e que os forasteiros que passam pela nossa província nem sempre estão mentindo." Paulo Mendes Campos
A maioria das pessoas não acredita que o Câncer possa entrevistar o Lucas Mendes ou o Hélio Costa para a Rede Globo de Televisão. Fincará o pé no chão e defenderá - com ânimo e animosidade - a ideia de que tais acontecimentos são impossíveis. Mas... domingo à noite, o que parecia non sense é mostrado no vídeo da televisão. Aí, o que acontecerá com a maioria da maioria das pessoas? Por certo, elas darão um giro de 180 graus, desses de cantar o solado das havaianas, que a ideia, "coitadita", irá se espatifar no chão da sala. Afinal, Globo dixit.
E o que ela não diz? Pois há muita gente, aqui e alhures (mais alhures), dando o seu "showzinho" da vida, que a Globo nem dá sinal de. São pessoas que fazem do coração tripas e que a Globo não as "fantastiquiza". Quem sabe lá o que é fantástico segundo o gabarito global? Fantástico, para mim, é quando alguém faz das fraquezas força e, não bastando isso, ainda precisa das nossas. Sim, mas a credulidade, acreditem, não é uma delas. Pelo menos para efeito deste artigo.
Kevin O'Hagan, físico irlandês - Conseguiu virar num passa-paredes, façanha até então colocada no rol das impossibilidades. E, assim, atrair a atenção dos órgãos de espionagem, contra-espionagem e contra-contra-espionagem do mundo inteiro. Um dia, desapareceu do mapa: CIA e KGB trocaram acusações de sequestro (de cárcere privado, não). Entretanto, o que houve foi que O'Hagan, sem saber dosar bem essa concessão da Física, foi parar no centro da Terra.
Pablito Navarro, criança espanhola - É, para muitos, o principal símbolo da resistência à escola moderna. Pablito, certa vez, ofereceu uma inocente (porém envenenada) maçã à sua professora. Envenenada, nada: a mestra saiu ilesa daquela refeição, digamos, frugal. E Pablito teve de assistir, inúmeras vezes, ao filme "Cria Cuervos" para aprender onde é que tinha errado.
Barry Williams, militar inglês - Durante a II Guerra Mundial, integrando um grupo de elite, Barry participou de temerárias missões em pleno território alemão. Numa delas, furtou todo o estoque de repolhos em conserva da dispensa particular do Führer. Lembrado até hoje por sua grande coragem, o militar inglês só fazia corpo mole para missões no norte da África. É que lá havia a única coisa capaz de detê-lo: coice de girafa.
Toh Lokoloko, filólogo papuásio - Dedicou a vida à "esperantização" dos setecentos dialetos de Papua-Nova Guiné, seu país natal. Em princípio, bem-sucedido (a palavra barafunda, por exemplo, já era compreendida de costa a costa) quando, por motivo desconhecido, resolveu se matar, deixando uma carta-testamento indecifrável. Quanto à palavra barafunda, esta se manteve na tradição oral de sua gente embora com setecentos significados diferentes.
B. Abbas, faquir indiano - Abbas foi o mais famoso faquir da região do Bangalore. Deixava-se encerrar num esquife de vidro onde dava concorridos jejuns de noventa dias corridos. Num desses espetáculos jejunos, que azar, ele foi visto com dois chifres de vaca assomando da boca, e mais gordo do que nunca. "Abbas jiboiava", no parecer de um crítico do faquirismo. Desacreditado, sem bilheteria, tempos depois ele morria de fome.
Estel Trudeau, estelionatário francês - Vendeu oito vezes a Torre Eiffel. Um dos compradores, o sexto, de nome Pierre, encontrando-se depois com ele num café parisiense, e querendo reaver o dinheiro perdido, pensou em surrá-lo com uma baguette. Mas Trudeau, habilmente, não só convenceu Pierre da lisura daquela transação como ainda lhe vendeu, por uma pechincha, o Arco do Triunfo. Assim, ficou o escrito pelo não escriturado, e Pierre, o bom Pierre, é hoje o feliz proprietário dos dois monumentos históricos. Falta apenas se acostumar com o riso ostensivo das autoridades francesas.
André e Luf, xifópagos do País de Tangas (que vai mal, obrigado) - É voz geral que eles são assim-assim por influência dos miasmas teratógenos existentes no país, nos últimos vinte anos. Unha-e-carne. Nas veias do primeiro corre sangue italiano, nas do segundo, sangue árabe. Contudo - Dio e Allah são grandes! - podem se separar. No comenos (quando um come menos) de uma briga de foice CONVENCIONAL. Vamos conferir, torcida.

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