sexta-feira, 4 de junho de 2010

AO REI, NADA

Vote no rei e não vote nunca mais. É como deveria ser, a bem da verdade, o slogan inteiro dessa fajuta campanha monarquista. Pois não consta que existam, nos países onde a anacrônica forma de governo ainda medra (epa!), súditos votando em reis. Quanto ao símbolo, que os monarquistas andam utilizando na campanha televisiva, mais parece "chupado" do logotipo do McDonald's. E, não bastando o enchimento de paciência, ainda deram de passar o pires, digo, a coroa.... pedindo doações. Ora, vão gastar um pouco daquilo que já arrecadaram com os laudêmios de Petrópolis!
Leitorado, 17/03/1993

Sobre a suposta neutralidade do rei, ocorrem-me algumas dúvidas: O rei não fede nem cheira? Não toma partido de nada exceto da TFP? Está descarregado e com isso não se deixa influenciar por campos magnéticos? Decide ele da forma salomônica, o que inclui naturalmente algumas criancinhas cortadas ao meio? Ou, então, o rei já vem com a roupa suja lavada a sabão neutro? Enquanto não me esclarecem, vou apenas torcendo... não, não é a roupa do rei. É para que não venha a nós o vosso reino.
Leitorado, 19/03/1993

No finado império havia uma lei fixando em 50 o número máximo de chicotadas que o escravo podia levar por dia. Apesar desse tabelamento, por ordem do patrão ou por simples entusiasmo sádico do leitor feitor, era comum o escravo ser chicoteado até à morte. Encurtando assim uma vida útil no eito que poderia durar dez, quinze anos... para prejuízo do desavisado patrão que, desgraçadamente, de arrependimento não morria. E publica-se uma pequena relação dos instrumentos, além do já citado chicote, que eram na época usados para a aplicação de castigos corporais nos escravos: correntes, gonilha, gargadeira, tronco, viramundo, algemas, peia, máscara, anjinho, palmatória, ferro de marcar etc. A informação é dada em atenção a Sandra de Sá, Macalé, Neuma da Mangueira e outras personalidades da raça negra que possam estar atualmente envolvidas na campanha da monarquia. Escravidão e monarquia no Brasil foram as duas faces (azinhavradas) da mesma moeda. Quando uma acabou, a outra idem.
Leitorado, 02/04/1993

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