sexta-feira, 25 de novembro de 2011

PC FUJÃO

Não há dúvida de que existe um clamor nacional para colocar o PC Fujão atrás das grades. E uma grande corrente tem-se formado com a intenção de vê-lo... acorrentado, digamos assim. No entanto, o famigerado PC (que de politicamente correto apresenta só as iniciais) continua solto em algum lugar do território nacional. A dormir o sono dos injustos, porém... sem roncar! Sim, depois daquele tratamento que ele fez na Espanha, sem roncar!
Quando afirmo que o PC se acha no Brasil, digo isso com convicção. Dez entre dez escroques, depois de praticados seus golpes, escolhem o nosso país para aqui viver à tripa forra. É o que a gente vê nos filmes e o PC não vai ser uma exceção à regra. O Brasil, para quem deve (e teme), reúne condições insuperáveis. Aqui, como alguém já disse, apenas as mulheres perdidas são facilmente achadas.
Todos os esforços da Polícia Federal têm sido até o momento infrutíferos. Acho que está na hora de entrar mais gente na jogada. Li algures que um cidadão comum, desprovido da estrela de xerife, pode dar voz de prisão a um maior infrator e conduzi-lo à delegacia mais próxima. É o meu caso (o de cidadão comum) mas, como não tenho formação jurídica, posso estar enganado.
Agora, se for verdade essa prerrogativa, a novela do PC Fujão pode se considerar encerrada. O meu "teje preso" para ele é só uma questão de tempo. O diabo é que esse tempo pode consumir séculos porque eu também não sei onde está o PC.
Brincadeira. Face à dificuldade de trancafiar na cela alguém da dimensão de um PC, eu me pergunto se não é hora de o braço da Lei melhorar o muque. Praticando em cima de corruptos mais fracos. Como o Caldo Magri, por exemplo, que só levou 30 mil dólares.
* * * * *
Toca o telefone no Ministério da Justiça. Alguém atende, diz "espere um pouco" e transfere a ligação para o ramal privativo do ministro. Antes, com a voz em surdina, avisa:
- É o PC outra vez.
Para se mostrar importante o ministro demora um pouco para atender. Organiza seus pensamentos. No íntimo, ele está preocupado com os detalhes da cela que abrigará o inimigo público nº. 1. Telefone, fax, TV em cores, videocassete, chuveiro elétrico... Nada pode faltar... Enfim, atende:
- É o ministro.
- Bom dia, ministro. Aqui é o Dr. Paulo César. Estou querendo saber se as minhas exigências vão ser atendidas.
- Sim, todas. Pode vir se entregar...
- Ainda não, ministro. Antes eu preciso saber se a cela tem vista para o mar?
- Em Brasília não é possível. Podemos providenciar uma no Rio...
- Ouça. Não discuto mais a cidade onde vou ficar. No contato anterior, chegamos a um acordo de que eu ficaria em Brasília, lembra?
- Claro. Mas é que construir um edifício por aqui com vista para o mar...
- Sim, qual é o problema?
- Leva tempo. Até lá os seus crimes podem estar prescritos...
- E daí?
- Como fica o clamor público?
- Ah, isso não é problema meu! Tchau.

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