sábado, 9 de fevereiro de 2013

NO CAMINHO DE DAMASCO

Numa época que os arcanos não trazem mais, o meu desempenho em prol da ecologia não somava muito. Um dia aconteceu de um intelectual de escol (também conhecido pela militância ecológica) me aplicar um puxão de orelha.
Com o devido cuidado para não esmagar a pulga que se esconde atrás da orelha, caso contrário, estaria ele comprometendo a grande causa.
Bem, esse puxão de orelha foi apenas simbólico. De maneira que não provocou dor doída. Entendam-no como tendo sido uma advertência, um chamamento à razão diante do meu insuficiente interesse pela sorte do planeta Terra. Que é agredida, a todo instante, pelo homem, esse câncer da natureza.
Por vezes, aliás, eu cheguei a brincar com as preocupações dos ecologistas por julgá-las exageradas.
Mas... foi-se o tempo em que eu aplaudia comparações desse tipo: Prefiro um bom sapato e um bom cinto a um jacaré mordendo meu pé e uma cobra se enroscando em minha cintura.
E o fato é que, desde então, eu mudei radicalmente.
Posso inclusive dar exemplos do como tem sido a minha atuação em favor do ambientalismo:
Participei da campanha "abrace o tamanduá bandeira", da qual saí com as costas completamente lanhadas. Nem por isso me arrependi.
Até que chegasse a defesa civil, eu fechei com o dedo um buraco na camada de ozônio da atmosfera.
Gastei uma tonelada de papel com um manifesto para que não derrubassem um marmeleiro.
Protegi o pardal da extinção. E vou fazer o mesmo com o calango e as baratinhas francesas.
Defensivos agrícolas? No pasarán! E o meu lema para atacá-los é este: se dois bicudos não se beijam, logo um pode eliminar o outro.
(rsrsrs, não levem o que eu escrevi aqui a sério)

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