Depois de viajar pelo Brasil para ver arquiteturas de campos santos, técnicas de inumação, códigos de posturas, marketing etc. voltou para Fortaleza, cheio de ideias. Que foram por ele materializadas em um município da região metropolitana de Fortaleza.
Não era por estar relacionado com mortes que o novo empreendimento não precisasse de um nome de batismo. Brincando, e inspirando-me em que existia um restaurante no Morro de Santa Terezinha com o nome de "Tudo em Cima", eu sugeri ao amigo que o chamasse de... "Tudo em Baixo". É claro que ele não acatou a "sugestão", por se tratar obviamente de uma mera brincadeira. E batizou o novo campo santo de "Jardim da Saudade".
Entre parênteses: Sem os termos "Parque", "Jardim", "Saudade" e "Paz" 90 por cento dos cemitérios ficariam anônimos.
Na venda dos primeiros jazigos, ele logo descobriu o perfil do comprador típico. Era, geralmente, alguém das classes B, C e D. As pessoas destas classes socioeconômicas veem a morte como algo acontecível e, prudentemente, reservam uma parte de suas economias para a prestação dos jazigos. Ao contrário dos ricos que, quando a morte lhes chega, há dinheiro folgado para que os familiares lhes providenciem um enterro de luxo.
E os negócios do meu amigo Joaci prosperaram (e não só neste ramo) que ele, atualmente, comanda uma rede de cemitérios no Brasil.
De saída, ele aponta duas grandes vantagens para o que faz:
1) Quem compra não quer utilizar.Tanto é que o livro de reclamações - para uso exclusivo dos mortos - encontra-se até hoje em branco.
2) Quem usa não tem queixas.
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Em 1930, o prefeito de Palmeira dos Índios, Alagoas, escreveu em um relatório:"Pensei em construir um novo cemitério, pois o que temos, dentro em pouco será insuficiente, mas os trabalhos a que me aventurei, necessários aos vivos, não me permitem a execução de uma obra, embora útil, prorrogável. os mortos esperarão mais algum tempo. São os munícipes que não reclamam."O prefeito da cidade alagoana era Graciliano Ramos.
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Bônus - Contos Sobrenaturais
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