sábado, 23 de março de 2013

O PARTIDO HUMORISTA

Existem no país cerca de quarenta partidos políticos que vão disputar, urna a urna, os votos dos brasileiros. Ainda este ano, se as regras não mudarem. Há partidos para todos os gostos e qualificações. Para quem é jovem, ecologista, social-democrata, comunista, trabalhador, liberal, municipalista... E até para quem é saudosista, se levarmos em consideração que algumas siglas da Velha República estão a ressuscitar por aí.
No entanto, nem com essa super-abundância de partidos dá-se por encerrada a questão. Principalmente, quando se observa que não passa de um reles discurso a identificação do político com o seu partido. Como se o cenário político estivesse lacunoso de partidos que sejam adequados à práxis, advindo disso algumas consequências. Por exemplo, essa dificuldade que o Dr. Ulysses vem tendo para pôr em plenário os seus pupilos. Inclusive para votar a nova Carta Magna do país.
Nessas horas, onde o senhor pensa que andam os deputados e os senadores? Não se espante. Eles fazem animadas rodas na cantina do Congresso, no divertido passatempo de contar piadas uns para os outros. E quem botar sentido, logo ouvirá um que diz: "Tem aquela do brasileiro..." Sobre as ausências notadas nas rodas, ah, essas estão bem justificadas! Correspondem àqueles que ainda estão sob os lençóis, porque passaram a noite em festas de embaixadas contando anedotas de brasileiro.
Apesar do costume, acho que o político brasileiro não deveria ter essa dupla militância. Esposar um partido oficial e... passar as suas mais felizes horas com o que parece outro partido. O Partido Humorista, chamemo-lo assim. Eu não falo apenas das risíveis horas em que contam e ouvem piadas, mas também de seus atos como animais aristotélicos. Pois, no tocante a isso, direitistas, centristas e esquerdistas, todos se igualam.
Lembra-se da práxis? Pois é, só o Partido Humorista atende as exigências dessa madame.
Agora, se o Partido Humorista pretende ser grande, então começo a me preocupar com o futuro dele nas terras alencarinas. Ficará raquítico, enfezado (o que não convém a seu propósito), se aqui já não for grande de berço. Para isso, o partido precisa da filiação de pelo menos uma figura de projeção, já. E quando analiso o desempenho de nossos próceres, há um que logo me toma a atenção: a Sra. Prefeita da Administração Popular.

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