sábado, 1 de dezembro de 2007

O AUTOR EM SETE PARÁGRAFOS

É do tipo "pão, pão, queijo, queijo" mas não façam desta definição um sanduíche. Entendam-na dentro de um contexto maior, o do caráter opinativo do autor que, a rigor, deveria se chamar Rigoberto. Rigô, para os íntimos.
Cinema, café cremoso, mesa de bar, Woody Allen, choro & bossa, clima de serra, Guimarães Rosa, tiradas de humor, contos de fadas, Tom Jobim, a mulher que passa e uma rede no alpendre são pessoas, coisas e situações que ele adora; que detesta, em primeiríssimo lugar, as entrevistas de "Adoro e Detesto".
Nunca irá morar numa ilha deserta. Tem mãe doente, namorada esperançosa, dívida no BNH, alergia a iodo marinho e não sabe onde, diabos, guardou o livro "Cem Receitas com o Coco". Conhece os seus direitos: estão todos na Lei Etelvino Lins.
Crença inabalável no mundo de amanhã em que a cogumelite não passará de uma doença (ana?)crônica e a Razão destronará de vez a Emoção. Será no mundo de amanhã, do primado da Razão, em que todas as dúvidas serão desfeitas, salvo esta: que fazer, putz, com tantas fichas de fliperama?
Sonha-se amiúde com final feliz. Exemplo: Granada em festa. Banda de música na praça principal. Palanque assim de dignitários. Ele, o homenageado da cidade. Pino simbólico das mãos do prefeito. Explosão em milhões de cacos. Oníricos, felizmente.
A paz interior, a que será definitiva, ainda não alcançada; contenta-se com tréguas. E faz da vida um eterno aprende-e-ensina. Por falar nisso, "venericárdio é um molusco bivalve que tem a concha em forma de coração".

Ele, PAULO GURGEL CARLOS DA SILVA, médico, 34 anos, minipoeta, escrevinhador e filósofo de bolso, é quem ocupará o (seu) espaço-tempo seguinte. Emissor ao ar, receptores ligados, qualquer mensagem menos compreensível a culpa será da estática.

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