Um hospital de Boston buscando economizar recursos humanos passou a empregar macacos na assistência aos pacientes inválidos. Treinados pela Dra. Mary Williard, uma entusiasta do método, os símios executam para os enfermos um sem-número de atividades, desde apanhar objetos pessoais até pôr um disco na vitrola.
No cativeiro do leito, os enfermos servidos pelo quadrúmanos sentem menos o espectro da solidão e ascendem vários pontos na escala do humor. Condicionados por um mundo moderno (sin: agressivo) a "pentear macacos" (não é o que se manda fazer, uns aos outros?), presenciam, num evidente sinal da mudança dos tempos, que a coisa agora ocorre ao contrário: os macacos é que lhe fazem penteados. Carinhosamente.
Observe o leitor: o macaco na medicina indo da pesquisa (o caso do Rhesus) para a área assistencial. Por toda parte, macaquinhos vestidos de macacões brancos naquela de carinhar enfermos. Entretanto, escotomas à parte, quem olhar mais longe verá que a "solução" traz um problema a reboque: o risco da generalização, da utilização desenfreada dos símios em múltiplas áreas do labor humano; ou seja, que se instaure uma nova era em que antropos e antropóides disputem empregos comuns.
E, problematizando ainda mais a "solução", poderá prever que o êxodo rural (problema atualíssimo das cidades grandes) será engrossado pelo êxodo silvestre. Hordas e mais hordas de "irmãos em Darwin" aqui aportando em busca de melhoria de vida. Isto significa: vão disputar colocação, num mercadinho de trabalho já limitado, oferecendo-se como mão-de-obra barata. Barata, pois a preço de banana e, o que é pior, NÃO SINDICALIZADA.
Mais desemprego, portanto. Com a desvantagem de que não adiantará nem mesmo nossa gente recorrer aos classificados dos jornais, pois eles estarão com os espaços tomados pela mais extravagante bolsa de empregos de que se tem notícia. Coisas assim:
Entrevistam-se candidatos para o cargo de macaco-de-chácara. Favor não se apresentar quem não for GORILA.
SAGÜI atende chamadas para desentupir ralos de banheiro. Larga experiência em meter a mão em cumbuca.
MACACO-BARRIGUDO, gordo bastante, acostumado a quebrar todo tipo de galho, oferece-se para serviços de poda.
ORANGOTANGO serve de guia a grupos que queiram excursionar em Buenos Aires. Conhece tudo sobre o rango e o tango portenhos.
CHIMPANZÉ oferece-se para o entretenimento da criançada na festa de aniversário de seu filho. Canta e dança imitando Carmen Miranda, comendo no fim o chapéu de frutas tropicais.
Macacos me mordam, se não!
segunda-feira, 3 de dezembro de 2007
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